CAPÍTULO 18: ESTUDO DAS CRIATURAS – NARVAL
Sente-se, meu querido viajante.
Hoje falarei de uma criatura que muitos tomam por lenda: o narval, o unicórnio dos mares gelados. Vem cá, aquece as mãos e escuta, que esta história é rara como ouro de rei.
As Terras Geladas Onde Habita
O narval vagueia pelas águas frias do norte, nas terras além dos ventos, onde o gelo beija o mar. Mora entre os fiordes e canais do Ártico, principalmente nas redondezas da Groenlândia, do Canadá e da Rússia.
Não é fera comum, não. É bicho de mistério e antigas canções. Com seu longo chifre em espiral, parece cavaleiro de lendas esquecidas. Contudo, esse “chifre” é, na verdade, um dente que cresceu sem medida.
O Chifre Misterioso
Este dente pode atingir até três metros de comprimento. Serve de instrumento de poder, como se fosse cetro de um rei esquecido. Ainda hoje, estudiosos e velhos bardos se perguntam para que ele serve.
Alguns dizem que o narval usa seu chifre para quebrar o gelo. Outros, que mede forças com seus irmãos em duelos silenciosos. Há ainda quem jure que ele sente mudanças nas águas e nos ventos com aquele dente encantado.
O chifre do narval tem canais sensoriais. Ele pode detectar temperatura, salinidade e pressão das águas, guiando o viajante marinho pelos caminhos invisíveis do grande oceano.
Ficha da Criatura – O Narval
Nome antigo: Monodon monoceros, “o único dente, o unicórnio dos mares”
Tamanho: Até cinco braços de comprimento, alguns passando disso — e o dente? Ah, pode crescer até três braços por si só!
Peso: Mais de uma carroça cheia de pedras (cerca de 1.600 quilos)
Habitat: Águas geladas do norte, entre a Gronelândia, o Canadá e a Rússia
Arma natural: Um dente espiralado, longo e retorcido como uma lança de elfo antigo
Entre a Lenda e a Realidade
Reis e nobres da velha Europa pagavam fortunas pelo chifre do narval, achando que fosse de unicórnio. Acreditavam que suas propriedades curariam venenos e males do corpo. Pois é, o que não faz a imaginação de um homem?
Esses dentes preciosos viajavam em caravanas, navios e cortejos, adornando cetros, taças e tronos. Eram tratados como relíquias, quase sagradas.
Contudo, os antigos povos do norte já conheciam a verdade. Os inuítes, mestres das terras geladas, sabiam que era o narval quem carregava tal maravilha. Respeitavam-no como espírito do mar, tão sábio quanto feroz.
O Jeito de Vida dos Narvais
O narval é bicho discreto. Vive em bandos de poucos ou muitos, dependendo das marés e das estações. Alimenta-se de peixes, lulas e camarões, mergulhando fundo, bem fundo — até 1.500 metros sob as ondas geladas.
Dizem que poucos olhos humanos viram um narval de perto. E quem viu, guarda a lembrança como quem viu um milagre.
Além disso, é bom saber: apesar da lenda, o narval não é criatura de guerra. Não usa seu chifre para ferir ou matar. Seu reinado é silencioso, feito de sopros gelados e cantos quase inaudíveis.
Os Perigos que Rondam
Assim como tantas maravilhas deste mundo, o narval enfrenta perigos. O degelo das calotas polares ameaça suas rotas e refúgios. A caça e as mudanças nas correntes marítimas também lançam sombras sobre seu povo.
Por isso, sábios e guardiões das terras do norte lutam para proteger o narval, zelando para que ele não se torne apenas mais uma lenda a ser contada ao pé da lareira.
Curiosidades Para Teu Cantil de Saberes
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O narval macho costuma ser o dono do grande dente. Algumas fêmeas, porém, também ostentam tal troféu.
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Às vezes, um narval nasce com dois dentes espiralados, dobrando sua majestade.
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Seu nome vem do nórdico antigo: “nár”, que significa cadáver, em alusão à sua cor pálida.
Então, meu caro viajante, da próxima vez que olhares para o horizonte gelado, lembra-te: há reis e cavaleiros que navegam sob as ondas. São os narvais, espíritos antigos que ainda sussurram segredos aos ventos do norte.
Beba comigo, e que teus passos sejam leves como o canto de um narval sob o luar.
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HORA DE PROVAR SUA BRAVURA