Alexandre, o Grande: A Jornada de Glória e Morte

CAPÍTULO 24: ALEXANDRE O GRANDE

Sente-se, meu querido viajante.
Aqueça os ossos, tome um gole do que há na caneca e abra os ouvidos — pois o que trago hoje não é fábula de beira de estrada, tampouco delírio de bêbado. É história antiga, mas ainda viva nas cinzas do tempo: vou te contar sobre Alexandre, aquele que chamaram de O Grande. Um nome tão pesado quanto uma armadura de batalha, e tão vasto quanto os reinos que ele conquistou.

Nascido nas terras de Pela, no reino da Macedônia, Alexandre veio ao mundo em tempos de espadas e intrigas, no ano trezentos e cinquenta e seis antes do Messias. Filho de Filipe II, um rei astuto e implacável, e de Olímpia, mulher de temperamento de tempestade e coração de serpente sagrada. Reza a lenda — e não sou eu quem jura, mas os próprios bardos da corte antiga — que, ao nascer, Alexandre foi visitado por presságios: um raio incendiou o templo de Ártemis, e estrelas cadentes cruzaram os céus como lanças flamejantes.

Era como se os deuses tivessem sussurrado: “Eis aquele que há de dobrar o mundo.”

Mas não se dobra o mundo apenas com profecia, não…

Alexandre foi forjado no saber e na espada. Seu mestre? Ninguém menos que Aristóteles, aquele mesmo cujos pensamentos ainda ecoam nos salões dos estudiosos. Foi ele quem plantou no jovem rei o gosto por mitos, ciência, medicina e… conquista. Aos olhos de Alexandre, o mundo era um tabuleiro. E ele, o jogador supremo.

Tão logo seu pai foi tirado do jogo — vítima de punhalada em festa de casamento, dizem — Alexandre calçou as sandálias da guerra e partiu para refazer os mapas à sua imagem. Começou domando rebeliões, depois marchou para o leste como se a alvorada fosse seu estandarte.

O Império Persa? Quebrou-o como quem quebra escudo de madeira podre.

Batalhas como Issos e Gaugamela viraram lendas. Seu exército — ah, meu bom — era como um rio de aço, fluindo com disciplina e fervor. Mas mais do que guerreiro, Alexandre era encantador. Tomava cidades e corações. Dizia-se que onde ele passava, deixava templos restaurados, moedas cunhadas com sua face, e livros escritos em mais de um idioma. Não era só conquista de terra — era conquista de cultura, de espírito.

Chegou até a Índia, onde os céus se curvam sob os ventos do Himalaia. Lá, enfrentou elefantes de guerra e reinos exóticos, até que seus próprios homens, exaustos e cheios de saudade da pátria, lhe disseram basta. Chorou, o rei. Não por medo, mas por saber que não havia mais mundos a conquistar.

E eis aí a ironia dos grandes: o apogeu é também o início da queda.

Voltando a Babilônia, Alexandre — com apenas trinta e dois verões nas costas — caiu doente. Febre, delírios, e um silêncio estranho pairando no palácio. Alguns dizem que foi veneno, outros juram que foi castigo dos deuses, que não gostam de mortais que ousam parecer imortais. Seja como for, morreu sem deixar herdeiro claro, e o império que construiu com sangue e brilho… foi despedaçado como pão velho na mão de generais famintos.

Mas ouve bem: mesmo com seu corpo há muito consumido pela terra, o nome de Alexandre ainda cavalga com os ventos da eternidade.

Curiosidades pra guardar contigo, caso o destino te leve a uma roda de eruditos ou a uma encruzilhada de sábios:

  • Fundou mais de vinte cidades que carregavam seu nome — a mais famosa, Alexandria, ainda respira no Egito, com suas ruínas cheias de segredos.

  • Nunca perdeu uma batalha. Nenhuma. Nem quando tudo parecia perdido.

  • Sonhava unir o oriente e o ocidente num só povo. Chegou a se vestir com roupas persas e casar-se com princesas locais para selar a fusão.

  • Dizia-se descendente de Aquiles, o herói da Ilíada — e guardava sob o travesseiro uma cópia do poema, como se fosse espada de palavras.

  • Seu corpo foi embalsamado em mel e levado num sarcófago de ouro. Mas o paradeiro exato de seus restos… ah, isso é mistério digno de caçadores de relíquias.

E então, meu viajante… foi ele um herói ou um tirano? Um gênio ou um louco guiado por visões de glória? Difícil dizer. Mas que sua sombra ainda paira sobre os mapas e as histórias, disso não há dúvida.

Agora, beba o resto da caneca e pense bem: se o mundo fosse teu, o que farias com ele?

Pois como dizia o próprio Alexandre, diante das estrelas:
“Não há nada impossível para aquele que tenta.”

E isso, meu amigo… vale mais que ouro ou coroa.

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HORA DE PROVAR SUA BRAVURA

Após a brutal batalha de Gaugamela, tu — um soldado persa — estás caído entre os corpos, a dor invadindo cada fibra. O sol escaldante te castiga, a espada perdida ao lado, e a morte, silenciosa, aguarda..

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