CAPÍTULO 6 : AXOLOTE
Sente-se, meu querido viajante.
Hoje vou te contar sobre uma criatura que parece saída das histórias encantadas dos elfos da água ou dos alquimistas das profundezas: o Axolote.
Não, não se trata de dragão, nem de espírito ancestral preso em forma de fera… mas quase. Esse pequeno ser, de corpo mole e olhos de botão curioso, habita as águas calmas dos antigos lagos do México, onde a magia parece ainda cantar pelas pedras e raízes.
Ficha do Evento
Nome popular: Axolote
Nome científico: Ambystoma mexicanum
Habitat natural: Lagos e canais de Xochimilco, nas terras altas do antigo México
Tamanho médio: Entre 15 e 30 centímetros
Habilidade lendária: Regenera membros, órgãos e até partes do cérebro
Estado de conservação: Criticamente ameaçado, segundo os guardiões da natureza (IUCN)
Curiosidade ancestral: Mantém-se em estado juvenil por toda a vida — um eterno jovem das águas
Valor para os mestres da ciência: Estudo da regeneração, medicina dos ossos e dos tecidos
Ameaças: Poluição das águas, perda de habitat, espécies invasoras e captura ilegal
Chamado pelos sábios de outrora de Ambystoma mexicanum, o Axolote é bicho de muitas faces — e ainda mais mistérios. Diferente dos seus primos que abandonam a água para andar em terra firme, este decide viver eternamente como jovem. É como se recusasse a crescer, mantendo guelras externas a dançar como penas de corvo encantado ao lado da cabeça.
Mas o que faz dele uma lenda viva não é só sua aparência. Ah não… o verdadeiro segredo mora em sua carne e sangue: o poder da regeneração.
Dizem os estudiosos de jaleco branco que, se perder uma pata, ele a faz brotar de novo. Se tiver o coração perfurado, ele se remenda como tecido de elfa tecelã. Já houve quem jurasse que até parte do cérebro ele foi capaz de reconstruir. Há quem busque entender esse milagre, sonhando em trazer esse dom para os humanos — como se pudessem roubar o sopro da natureza com pergaminhos e bisturis.
Habita, o Axolote, nas águas doces dos lagos Xochimilco e Chalco, embora esse último tenha sido tragado pelo tempo e pelo avanço das cidades. Hoje, restam poucos redutos onde essas criaturinhas nadam livres. Estão à beira do desaparecimento, ameaçados por mãos gananciosas, redes imprudentes e águas envenenadas.
Pequeno em tamanho, mas imenso em maravilha, o Axolote mede pouco mais de um palmo. Há os de cor escura como noite sem lua, e os pálidos como névoa de alvorada — e, às vezes, um raro dourado reluz sob a superfície, como se o sol tivesse abençoado um entre mil.
Alimenta-se de pequenos vermes, insetos e moluscos, deslizando pelas águas com a graça de quem não tem pressa. Como se soubesse que o tempo não o toca como toca os outros.
Reverenciado por povos antigos como mensageiro dos deuses e guardião dos ciclos da vida e da morte, o Axolote é também símbolo de esperança para os mestres das ciências — que o veem como chave dourada para curas que ainda moram apenas em sonhos.
Mas cuidado, viajante. Por mais dócil que pareça, ele é raro demais para se tocar sem propósito. Sua casa encolhe, sua espécie clama por respiro. Se um dia o vires nadar, contente, entre raízes e pedras, guarda a imagem como se fosse pintura sagrada. E leva a história contigo — para que mais corações aprendam a proteger em vez de destruir.
E se a curiosidade arde em teu peito como brasas em fornalha, busca mais saber sobre esse ser encantado. Mas lembra-te sempre: há maravilhas que não pedem jaulas, apenas respeito.
Agora, beba um gole, respire fundo… e agradeça. Pois nem todo dia se ouve sobre um bicho que brinca com as regras da vida como um mago com as runas do destino.
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HORA DE PROVAR SUA BRAVURA
Caíste nas garras da cobiça, seguiste atrás dessas criaturas, e agora, preso entre as raízes, estás à mercê das águas que te afogam
Jogue o D20 e Tire sua sorte……